Batata, milho e cacau – produtos exóticos?
Sempre que se fala das culturas americanas não dá para descartar a contribuição em termos de alimento que adveio da descoberta das Américas.
O que havia antes da batata?Havia trufas, muito caras e raras para complementar os pratos da nobreza européia. Vejamos o que se acha em relação à batata:
Quando os conquistadores espanhóis invadiram o Império Inca em busca de riquezas, no final do século XVI, jamais poderiam imaginar que levariam para a Europa e conseqüentemente para o resto do mundo um bem muito mais precioso: a batata andina. Ela foi disseminada pelos navegadores espanhóis e ingleses para suas colônias – daí a origem da denominação de “batata inglesa”. Entretanto, foram os Incas e outros povos indígenas que, durante oito milênios, desenvolveram a bataticultura, utilizando espécies andinas. Técnicas eficientes deprodução tornaram a batata o principal produto agrícola, bem como a base da alimentação na Civilização Inca. Assim, foram selecionados tipos variados para os diversos usos na alimentação, alguns ainda hoje encontrados em países andinos. Os espanhóis levaram para a Espanha, em 1570, uma única espécie: Solanum tuberosum ssp. Andigena (originária da região próxima ao equador terrestre, nas proximidades do lago Titicaca, próximo à fronteira entre Peru e Bolívia); há relatos de uma segunda introdução, em 1590, na Inglaterra. Contudo, somente cerca de 200 anos depois, a batata tornou-se um alimento básico na Europa, sendo, a partir de então, introduzida em todos os continentes. Para europeus, norte-americanos e latino-americanos, exceto os brasileiros, a batata constitui a base da dieta alimentar diária; em outros países, como no Brasil, é utilizada em menor escala, como hortaliça.
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Em 2005, para confirmar tudo isso, cientistas americanos, liderados por David Spooner, da Universidade de Wisconsin-Madison, afirmaram, depois de pesquisas e estudos patrocinados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que toda a batata cultivada remonta a uma única origem, no sul do Peru, há mais de 7.000 anos. Eles chegaram a esta conclusão depois de analisarem o DNA de 359 variedades de batatas, 261 selvagens e 98 cultivadas.
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A origem do nome: A palavra “batata” veio de uma língua chamada Taino, que era falada por alguns índios das Antilhas. Os Incas chamavam a batata de “papa”, que passou para o espanhol. Além de papa, o espanhol tem também a palavra “patata”, cruzamento de “papa” com “batata”. Na Inglaterra, “patata” virou “potato”, que é batata em inglês. A batata também já foi chamada, no Brasil, de “batata-inglesa”, na época em que a Inglaterra vendia batatas para nós brasileiros.”
Agora uma análise da batata:
Solanum tuberosum
Solanum tuberosum
S. tuberosum |
Ao que tudo indica, não havia similar desse alimento na Europa. Mas, era cultivada pelos incas há milênios.
Milho
Durante grande parte da história dos humanos, nossos ancestrais dependeram inteiramente da caça de animais e da coleta de sementes, frutas, nozes, tubérculos e outras partes de plantas para se alimentar.
Mas, apesar de sua abundância e importância, a origem biológica do milho era um mistério antigo.
O alimento amarelo e apetitoso que conhecemos tão bem não cresce naturalmente em nenhum lugar do planeta, então sua origem não era óbvia.
Para rastrear a paternidade do milho, botânicos liderados pelo cientist John Doebley, da Universidade do Wisconsin, reuniram mais de 60 amostras de teosinto de todo o seu alcance geográfico no Hemifério Ocidental e compararam seu perfil genético com todas as variedades de milho.
Eles descobriram que todos os milhos eram geneticamente mais similares a um tipo de teosinto do vale do rio Balsas, no sul do México, sugerindo que esta região foi o "berço" da evolução do milho.
Além disso, ao calcular a distância genética entre o milho moderno e o teosinto de Balsas, eles estimaram que a domesticação do milho ocorreu há 9 mil anos.
Mas, apesar de sua abundância e importância, a origem biológica do milho era um mistério antigo.
O alimento amarelo e apetitoso que conhecemos tão bem não cresce naturalmente em nenhum lugar do planeta, então sua origem não era óbvia.
Para rastrear a paternidade do milho, botânicos liderados pelo cientist John Doebley, da Universidade do Wisconsin, reuniram mais de 60 amostras de teosinto de todo o seu alcance geográfico no Hemifério Ocidental e compararam seu perfil genético com todas as variedades de milho.
Eles descobriram que todos os milhos eram geneticamente mais similares a um tipo de teosinto do vale do rio Balsas, no sul do México, sugerindo que esta região foi o "berço" da evolução do milho.
Além disso, ao calcular a distância genética entre o milho moderno e o teosinto de Balsas, eles estimaram que a domesticação do milho ocorreu há 9 mil anos.
O aspecto mais impressionante da história do milho é que ela nos fala da capacidade dos agrônomos há 9 mil anos.
Essas pessoas viviam em pequenos grupos e mudavam seus assentamentos a cada estação.
Ainda assim, eles eram capazes de transformar um pasto com muitas características inconvenientes e indesejadas em plantações de alimentos de alta produção e fácil colheita.
O processo de domesticação deve ter ocorrido em muitos estágios ao longo de um período de tempo considerável, já que muitas características diferentes e independentes da planta foram modificadas.
Descrição da Planta
Essas pessoas viviam em pequenos grupos e mudavam seus assentamentos a cada estação.
Ainda assim, eles eram capazes de transformar um pasto com muitas características inconvenientes e indesejadas em plantações de alimentos de alta produção e fácil colheita.
O processo de domesticação deve ter ocorrido em muitos estágios ao longo de um período de tempo considerável, já que muitas características diferentes e independentes da planta foram modificadas.
Descrição da Planta
Semente: A semente lançada ao solo, havendo condições favoráveis de unidade e temperatura, germina após 5 ou 6 dias.
A semente do milho é um tipo especial de fruto, botanicamente classificado como cariopse. Apresenta basicamente três partes: o pericarpo, endosperma e o embrião. O pericarpo é a camada mais externa, fina resistente, constituindo a parede externa da semente. O endosperma é a parte mais volumosa da semente, é envolvida pelo pericarpo e constituída de substâncias de reserva principalmente o amido e outros carboidratos. A parte mais externa do endosperma e em contato com o pericarpo denomina-se camada de aleurona, rica em proteínas e enzimas, que desempenham papel importante no processo de germinação. O embrião encontra-se ao lado do endosperma e parcialmente envolvido por file.
O embrião nada mais é do que a planta em miniatura, pois já possui primórdios de todos os órgãos da planta desenvolvida.
A semente do milho é um tipo especial de fruto, botanicamente classificado como cariopse. Apresenta basicamente três partes: o pericarpo, endosperma e o embrião. O pericarpo é a camada mais externa, fina resistente, constituindo a parede externa da semente. O endosperma é a parte mais volumosa da semente, é envolvida pelo pericarpo e constituída de substâncias de reserva principalmente o amido e outros carboidratos. A parte mais externa do endosperma e em contato com o pericarpo denomina-se camada de aleurona, rica em proteínas e enzimas, que desempenham papel importante no processo de germinação. O embrião encontra-se ao lado do endosperma e parcialmente envolvido por file.
O embrião nada mais é do que a planta em miniatura, pois já possui primórdios de todos os órgãos da planta desenvolvida.
Cacau
A Arvore dos frutos de ouro
O cacaueiro é originário de regiões de floresta pluviais da América Tropical, onde até hoje, é encontrado em estado silvestre, desde o Peru até o México. É classificado do gênero Thebroma, familia das Esterculiáceas. Foi citado pela primeira vez na literatura botânica por Charles de l’ Ecluse, que a descreveu sob o nome de Cacao fructus. Em 1937, foi descrito como Theobroma fructus por Linneu, que em 1753 propôs o nome Theobroma cacao, que permanece até hoje.
Os botânicos acreditam que o cacau é originário das cabeceiras do rio Amazonas, tendo-se expandido em duas direções principais, originando dois grupos importantes: Criollo e Forastero. O Criollo, que se espalhou em direção ao norte, para o rio Orinoco, penetrando na América Central e Sul do México, produz frutos grandes, com superfície enrugada. Suas sementes são grandes, com o interior branco ou violeta pálido. Foi o tipo de cacau cultivado pelos índios Astecas e Maias.
O Forastero espalhou-se bacia amazônica abaixo e em direção às Guianas. É considerado o verdadeiro cacau brasileiro e se caracteriza por frutos ovóides, como superfície lisa, imperceptivelmente sulcada ou enrugada. O interior de suas sementes é violeta escuro ou, algumas vezes, quase preto.
Para se desenvolver melhor, o cacaueiro exige solos profundos e ricos e clima quente e úmido, com temperatura média de cerca de 25°C e precipitação anual entre 1.500 e 2.000 milímetros, sem períodos secos prolongados.
Bem, não sei o que podem argumentar as outras pessoas. Mas, me parece que o Jardim para onde foram trazidos os humanos foi caprichosamente premiado com alimentos perfeitos e completos, ricos em amidos e proteínas. E podemos agregar à esses o feijão e a mandioca:
Histórico do feijão
O feijoeiro comum (Phaeseolus vulgaris L.) é uma planta cultivada a milhares de anos pelo homem. Sua origem até hoje, constitue fonte de divergência entre os pesquisadores. Diversas hipóteses tentam explicar não somente a origem da planta, mas também de quando teria o homem começado a utilizá-la como uma cultura doméstica. Algumas evidências levam à hipótese de que o centro de origem da planta e e sua domesticação como cultura teriam ocorrido na região da Mesoamérica, por volta de 7000 anos a.C., uma vez que cultivares selvagens, similares a variedades crioulas, foram encontrados nessa região, mais especificamente no México, Supõe-se que a partir dessa região, a cultura teria, posteriormente, disseminado para toda a América do Sul.
Há uma outra corrente de pesquisadores que, baseada em achados arqueológicos que remontam a 10.000 A.C., sustentam a hipótese de que a origem da planta e sua domesticação seria a América do Sul, mais especificamente no Peru. Dali teria a sua cultura sido disseminada para a parte norte do continente.
Pesquisas com base em padrões eletroforéticos de faseolina, uma proteína do feijão que possui pequenas diferenças de acordo com o cultivar do qual foi extraído, sugerem a existência de três centros primários de diversidade genética, tanto para espécies silvestres como para as cultivadas: 1) o mesoamericano, que se estende desde o Sudeste dos Estados Unidos até o Panamá, tendo como zonas principais o México e a Guatemala. Nessa região, teriam surgido as variedades de grãos pequenos, por exemplo, o feijão “Carioca”; 2) o Sul dos Andes, que abrange desde o norte do Peru até as províncias do Noroeste da Argentina. Aí teriam sido originadas as variedades de sementes grandes, como o feijão-jalo, que é muito conhecido em Minas Gerais; e 3) o Norte dos Andes, que abrange desde a Colômbia e Venezuela até o Norte do Peru. Nessa região, teriam sido originados cultivares com características intermediárias entre os da outras duas.
Não há consenso sobre essas origens. Mas, há, no entanto, o senso comum entre os pesquisadores, atualmente, de que realmente a origem do feijoeiro é o Continente Americano, mas em outros continentes como a Ásia, África e Europa, existem variedades consideradas secundárias.
Há uma outra corrente de pesquisadores que, baseada em achados arqueológicos que remontam a 10.000 A.C., sustentam a hipótese de que a origem da planta e sua domesticação seria a América do Sul, mais especificamente no Peru. Dali teria a sua cultura sido disseminada para a parte norte do continente.
Pesquisas com base em padrões eletroforéticos de faseolina, uma proteína do feijão que possui pequenas diferenças de acordo com o cultivar do qual foi extraído, sugerem a existência de três centros primários de diversidade genética, tanto para espécies silvestres como para as cultivadas: 1) o mesoamericano, que se estende desde o Sudeste dos Estados Unidos até o Panamá, tendo como zonas principais o México e a Guatemala. Nessa região, teriam surgido as variedades de grãos pequenos, por exemplo, o feijão “Carioca”; 2) o Sul dos Andes, que abrange desde o norte do Peru até as províncias do Noroeste da Argentina. Aí teriam sido originadas as variedades de sementes grandes, como o feijão-jalo, que é muito conhecido em Minas Gerais; e 3) o Norte dos Andes, que abrange desde a Colômbia e Venezuela até o Norte do Peru. Nessa região, teriam sido originados cultivares com características intermediárias entre os da outras duas.
Não há consenso sobre essas origens. Mas, há, no entanto, o senso comum entre os pesquisadores, atualmente, de que realmente a origem do feijoeiro é o Continente Americano, mas em outros continentes como a Ásia, África e Europa, existem variedades consideradas secundárias.
Origem da Mandioca
Foi cultivado por várias nações indígenas da América latina que consumiam suas raízes,tendo sido exportado para outros pontos do planeta,principalmente para a África,onde construiu,em muitos casos,a base da dieta alimentar.
No Brasil, o hábito de cultivo e consumo da raiz da mandioca continua.
Mandioca, Aipim ou Macaxeira,de nome científico Mahihot esculenta, é um arbusto que, teria tido sua origem mais remota no oeste do Brasil (Sudeste da Amazônia) e que,antes da chegada dos europeus à América,já estaria disseminado,como cultivo alimentar até a Mesoamérica (Guatemala,México).No Brasil,possui muitos sinônimos,usados em diferentes regiões,tais como cadinga, castelinha, macamba, maniva, manivera, moogo, mucamba, pão-da-américa, pau-farinha, uaipi, xagata.
Então, o que mais dizer sobre o Jardim onde floresceram as culturas americanas ou meso americanas?
O que mais dizer sobre essas plantas tão úteis quanto exclusivas?
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