O exército do Inferno
Vivemos mergulhados em brumas e
trevas que não existem.
Porque desde criança,
sofremos uma lavagem cerebral para nos sentirmos culpados.Não interessa
exatamente do que, mas, o importante é você se sentir culpado.
A culpa, é uma dívida
impagável, que um milhão e seiscentas vezes paga, você sempre estará
devendo.Porque para teu credor, não interessa a quitação da dívida mas, ter um
exército frustrado, faminto e culpado.Completamente dócil e maleável, pois tudo
que o “culpado” quer é expiar sua culpa/dívida, o que nunca acontecerá.
Capitalismo, marxismo e e qualquer outro “ismo”,
agem de igual maneira pois, a todos interessa ter um exército de miseráveis sem
soldo, para lutar seja contra o que for.Porque, o “culpado” não tem
discernimento para saber o que é certo ou errado.Ele sofreu lavagem cerebral e
seus conceitos são confusos e indefinidos – ele segue qualquer causa e empunha
qualquer bandeira.
Isso me faz lembrar
de um colega de Faculdade, cujo pai era fazendeiro.Porém, era casado com outra
mulher, não com a mãe dele.O infeliz sofreu lavagem cerebral e começou a odiar
o pai e a mãe.Eles eram as últimas criaturas na ordem decrescente da decência.
Mas, o tempo, o
melhor juíz de todas as coisas, lhe deu uma grande lição.Ele casou, teve filhos
e tocava sua vida de pecuarista.E resolveu que seu filho deveria estudar.Mas,
de repente, o moleque largou os estudos e entrou em um movimento “dos sem”.Certa
manhã acordou com um alarido e foi informado de que suas terras estavam sendo
invadidas.Lá no meio dos invasores, o seu filho, agora, um “dos sem”.Como num
relâmpago ele entendeu tudo: seu filho sofreu a lavagem cerebral.Furioso,
começou um discurso nascido da pura e justa ira:
-Olha aqui, bando de infelizes!Eu também andei
me revoltando contra meu pai, por causa da lavagem cerebral.Segundo os
mentores, o sistema era podre, gerava pessoas prevalecidas como meu pai e
vítimas como a minha mãe.Apenas, uma coisa: errado ou não meu pai jamais me
faltou com o sustento e com os estudos.Eu deveria era me sentir feliz de ter
pais que me amavam e não dar confiança pra mexericos de quem só quer a desgraça
alheia.Segui os revoltados e só me dei mal.Porque eu tinha uma mente culpada.Mas,
hoje eu entendi que essa culpa tanto servia para a Igreja, para a sociedade e
para o movimento “dos sem”.Na realidade eu era um “dos sem”- eu era sem
personalidade, sem gratidão e sem senso de realidade.E agora, ponham-se daqui
pra fora porque a minha culpa e minha dívida para com o mundo está quitada!Estou
fazendo tudo para compensar o sofrimento que causei em meus pais e meu filho
não será outro material amorfo e maleável para engrossar esse exército
demoníaco!
De imediato, mandou a
peonada catar seu filho do meio do bando e sentenciou:
-Você é “dos sem”...muito
bem!Vais ficar sem mesada, sem cartão de crédito e vais trabalhar como peão na
fazenda que é nossa e, por pouco, você não entregou de bandeja para teus
comparsas.Terás um salário de peão, afora casa e comida.E agradeça a Deus que
não te entreguei a polícia por invasão de terras!
Eu soube da história
por amigos e quando o encontrei, comentei de leve.Ele me disse:
-Pois é!Às vezes
somos felizes e não conseguimos ver porque estamos cheios de “culpa” e com a
cabeça vazia pela lavagem cerebral.Quisera eu ter aqui meu pai e minha mãe para
lhes dizer que hoje, eu sei o quanto fui amado e protegido.E que documento
algum valida ou invalida o amor paterno e materno.Mas, o carinho e os cuidados
do dia a dia é que dão a chancela disso...
Mudei para outro
estado.Nunca mais vi meu amigo.Soube, inclusive, que faleceu.Que Deus o abençoe
por reconhecer ainda nesta vida os erros cometidos.Por ter entendido que
ninguém é juíz de ninguém para rotular as pessoas.E sobretudo, ter sido capaz
de resgatar seu filho.
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