Respeito e cidadania
O nosso grande problema é não entender o que se lê.
Apesar da exigência da interpretação de textos no II Grau, o nosso desempenho fica aquém daexpectativa.
Todos já lemos os Dez Mandamentos. Mas, poucos decoraram e nem sabem mesmo o que significa. São leis para um povo que andava errante, sem referência alguma. Eram leis muito duras para que houvesse menos transtornos na Jornada do Êxodo. O que realmente visavam os Dez Mandamentos era ensinar respeito no sentido mais amplo da palavra: a Deus, ao próximo, a família.
Até hoje, parece que toda estrutura de leis, ética, moral e religião
foram pouco eficazes para incutir no ser humano a noção de limites. De apreciar o
que tem e parar de cobiçar os bens alheios. Qual a razão dessa ineficácia?
Uma das razões, parece ser a resistência do ser humano a vida
comunitária. Ele aceita viver numa cidade, mas quer continuar como um bárbaro,
inclinado sempre entre o trabalho e a aquisição por saque ou subtração.
Foi feito o direito fundiário e o direito urbano para acabar com
invasões ao espaço alheio. Então, temos a demarcação de lotes, colônias ou o que
seja. Isto dá a cada um o seu espaço vital. A lei existe e é clara, mas sempre há
violações. Pela simples razão cultural de não se ensinar e praticar o respeito ao
direito do outro.
Temos uma cultura de violações e truculência desde a antiga
colonização. Os portugueses aqui chegaram e tomaram posse da terra em nome de
El Rey. Como se os aborígenes não tivessem direito a suas próprias terras!!!Foi ai
o começo da usurpação e posse ilegítima que hoje não se consegue parar. Outro fato
a lamentar foi a pseudo-ética de se dar títulos de posse e nobreza a ex-degredados.
O degredado mudou de posição, mas não mudou de natureza.
Agora, temos uma batata quente nas mãos: tantos anos de
truculência e violações tornaram os usos e costumes errados como uma lei dentro da
lei e há confusão inclusive nos tribunais pois até os magistrados trazem em sua
memória ancestral a estratificação de usos e costumes. Urge uma atitude: ensinar
respeito e cidadania nas escolas onde os alunos tem aterrorizado colegas e
professores. Urge tomar-se medidas punitivas enérgicas, fiscalização ativa e intimar
aos pais a assumirem seu papel de colocarem seus filhos na linha.
Não mais é possível conciliar o desrespeito com a cidadania.
Estamos num limbo perigoso entre a civilização e a barbárie. É hora de saber o que
queremos para nós: se o caos atual ou um mundo melhor para nossos descendentes.
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