Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

domingo, 2 de dezembro de 2012

Prisioneiros das convenções







                 Prisioneiros das convenções
                               Continuo a ver pessoas infelizes que acabam cometendo um tipo de suicídio: morrer com “dignidade” de acordo com o que presumem as convenções.
                               E, o que é isso?De acordo com as convenções, você deve ser intolerante, grosseiro e mal-educado com os perdedores.Você não tem vontade própria, só a que as convenções te permitem ter.Amor verdadeiro?Baita frescura!Amizade verdadeira?Uhn!Será que ele merece?Respeito aos mais pobres?Ora, pra quê?Não dá lucro algum!Desgosto?Nunca devo me mostrar fraco!Perdoar?Só da boca p’ra fora!
                               Daí o prisioneiro arrasta suas correntes pela vida, engolindo sapos, renegando seus sentimentos mais nobres, sendo “uma pessoa normal e comum”.Comum?Pode até ser!Mas, normal, de jeito nenhum.
                               Uma dessas pessoas que conhecí, morreu há pouco...Há coisa de 1 ano e pouco mais, expulsou o filho de casa porque descobriu que o infeliz usava drogas.Ser compassiva e paciente?Impossível, pois, segundo ela “ele tem de tudo”.Com certeza, amor não tinha, pois ela era uma pessoa seca, autoritária e ríspida!Quem pode ver amor nisso aí?Nem louco!Em suma, ela engoliu o amor que sentia pelo filho, sofreu e conseguiu um câncer.Se tratasse, nem adiantaria, pois ela era fatalista: “estava na minha hora” ou “foi a vontade de Deus”.No enterro, foi levar os pêsames para o marido.Ele respondeu convicto “ela morreu com dignidade”.Olhei para ele com vontade de o esganar!Ou sou muito estúpida ou ele é muito cínico: o que ele acha que deu a entender?Que procurar o sofrimento e a morte é dignidade?Só alguns santos é que buscaram a dor como meta.E não lhes sou simpática pois, para nos purificarmos podemos prestar serviço humanitário, fazer trabalho missionário ou outra coisa menos ignorante.
                                Essas pessoas, santas auto-ungidas, são os prisioneiros das convenções da sociedade.Pregam que o sofrimento é natural porque ele sempre estará presente em suas vidas.Com casamentos de interesse, amizades interesseiras, alegrias e amigos comprados, dá para ser feliz?É claro que não!Daí eles pregam um catecismo obscuro, de valores distorcidos, para justificar sua vida torta e infeliz.Se quiser se manter nessa rede de mentiras convenientes, o sofrimento será uma constante!
                                Então me vem a cabeça a revolução dos costumes nos anos 60.Abençoada revolução que abriu nossos olhos!Nem todos viraram maconheiros, nem mães solteiras, mas enxergamos a verdade: a sociedade nos vendia um pacote de felicidade, cheio de utopias e de longo prazo!Você até poderia alcançar as metas se vivesse o suficiente.E, naqueles tempos com atmosfera de chumbo, o futuro era uma incógnita.Será que eu viveria para ver meu sonho realizado?Após 18 anos de estudos, você teria um canudo e experiência nenhuma.Não conseguiria emprego porque só queriam gente com experiência.Aí, começaria um rosário de frustrações, desilusões e ainda ter que ver gente despreparada tomar o seu lugar.O pior é que tudo isso “era absolutamente normal”.Era normal estudar quase 20 anos para obter um subemprego e ganhar uma merreca!Era normal pagar uma faculdade, gastar suas noites de sono estudando para ter que ouvir que “diploma não é suficiente, precisa experiência e personalidade”.De onde eles ouviram falar em “personalidade”?Será que sabiam o que significa?Naquele tempo recuado não havia o PROCON para processar quem vendia produtos com propaganda enganosa.Se houvesse, a nossa formação estaria sob investigação, o Sistema de Ensino sob CPI e o Governo sob suspeita de favorecimentos múltiplos.Porque, atualmente, você não é mais prisioneiro.Você sabe que é contribuinte e que pode cobrar resultados do Governo e Órgãos Públicos.Então, viva a verdade, viva a liberdade!!!
                               

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