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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Cobras e lagartos no Paraíso





                Cobras e lagartos no Paraíso

                             Acho que a história da cobra no Paraíso procede.
                             Eu, instintivamente, sempre senti inimizade com esse réptil.Principalmente, depois de pressentir que sua atuação no Paraíso era só o começo de um plano diabólico de ocupação.
                             Embora com sua capacidade camaleônica de se disfarçar, o meu instinto as pressentia e provocava.Sim, provocava.Eu sabia que qualquer motivo que eu desse, seria ampliado e usado contra mim, eu usava isso para fazê-las sair da toca.
                             A bem da verdade, devo dizer que o meu trabalho muitas vezes ficou sem resposta: as pessoas haviam sofrido uma lavagem cerebral, segundo a qual, devíamos ser tolerantes e compreensivos.
                             E nesse afã de agradar as cobras, nossos pais nos educavam para sermos medíocres e opacos.Podíamos, sim, receber educação, ter uma profissão mas, nunca fazer sombra as cobras.Aliás, quem mais usufruía da nossa formação eram as ofídias.Inúteis e rastejantes, sua única capacidade e era a arte da intriga.Enquanto nós fazíamos o trabalho sujo e braçal, elas se debruçavam a fuçar na vida alheia para manter a intriga sempre atual e fresquinha.
                             Mas, como humana e muito aparentada com o Saraiva Tolerância Zero, eu estava sempre alerta e pronta para lhes dar o bote.Não era atoa que eu admirava o sistema político soviético.Lá, quem não trabalhasse, não comia.E aí, eu pensava:
                             -Realiza, criatura!Esses bichos ociosos, trabalhando de sol a sol numa temperatura abaixo de zero!E, se ousassem se revoltar, haveria uma prisão siberiana ideal para refrescar as idéias!Já pensou o que seria deles?Não é por nada que no Alaska e arredores não há cobras!
                             E, tantas fizeram as rastejantes, que nos irritaram profundamente.Acho que a nossa revolta correu o mundo, inclusive retroagindo no tempo.Alguma esposa islâmica, inventou uma iguaria chamada Surpresa de Cobra.As ofídias passaram de predadoras a caça.
                             E, para melhorar nossa condição, criamos criaturas camaleônicas, capazes de entrar num ninho de víboras sem ser percebidas.Lá, conviviam e se adaptavam temporariamente.E depois, voltavam ao convívio humano.Como já dizia um conhecido:
                             -Navego deste mar de fezes porque sou barqueiro.Qualquer outro idiota que queira nadar aí, se afoga!
                             Enfim, as guerras entre humanos além de inúteis, são geradas pelas cobras e só são úteis para elas.Inimigos mesmo, são elas.Nossa guerra é com elas e mais ninguém.Como diria o Saraiva:
                             -Eu sou tolerância zero!
  

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