Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

sábado, 18 de maio de 2013

Lembranças do Paraíso




                    Lembranças do Paraíso
                                Vivemos num mundo cheio de stress, onde não há lugar para as lembranças.Nem para olharmos para trás.Nem para fazermos uma comparação.
                                As lembranças, agora, nos chegam em sonhos.Os sonhos rompem a pesada censura do racional para um breve intervalo de recordação.Um momento único de retorno ao Paraíso, de onde fomos expulsos na vida adulta.
                                Esta noite sonhei com minha casa da infância.Modesta, porém com um belo pomar e uma horta sortida.Plantávamos quase tudo o que comíamos.Sem agrotóxicos.O único defensivo que se usava era para sulfatiar as parreiras.
                                Muitos filhos diziam:
                                -Não entendo do que minha mãe sente saudades.Ela lavava roupas no tanque, fazia pão, sabão, lingüiça e manteiga.Ainda rachava lenha e cozinhava no fogão campeiro.Agora, tudo é moderno, com máquina de lavar, TV a cabo, computador, celular e ela sente saudades?
                                Realmente.Há tudo isso.Mas, nossos filhos e netos nunca saberão o que é plantar e colher.Muitos, nem sabem o que é uma tabela lunar.Muitos nem sabem que se planta ainda hoje com enxada, pá de garfo e ancinho.
                                Para nossos filhos, hortaliças, legumes, frutas, carne e leite só existem no supermercado.Lá, inclusive, há massa caseira pronta, nhoque pronto e ravióli pronto.Vinho e cerveja, também.Será que eles acreditariam que muita gente fazia seu próprio vinho e sua própria cerveja?
                                Não posso dizer que não fico feliz de não precisar trabalhar tanto.Nem posso dizer que o piso de tabuão envernizado ou piso frio não seja melhor que o assoalho de madeira de pinus, que mantínhamos alvo como a neve.
                                Realmente, o progresso é bom.Mas, você semear e ver nascer as mudas, transplantá-las, fazer seu próprio adubo, regar as plantas trazia uma alegria imensa e incomensurável.Podar e cuidar o seu pomar, colher a fruta no pé, não tem preço.
                                Acho que o stress existe porque não nos permitimos um lazer genuíno, de fruir do nosso trabalho.Tudo é feito correndo; você aluga um filme para ver, você pede uma pizza pelo telefone. A alegria da expectativa desapareceu.
                                Tudo era muito trabalhoso, sim.Mas, era feito com muito amor.Era feito e idealizado pensando na satisfação da família ao redor da mesa, saboreando um almoço feito pela mãe.E isso, nada substitui.Essa Felicidade, não tem preço.    

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