Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Musa de qualquer estação

    
Abrigo de griffe,
tênis da Olimpicus,
meias da Adidas, 
mochila importada e 
óculos da Chili Beans.
Fashion em toda estação.

Smartphones


Minha amiga Artheme deu
uma definição aos smartphones:
"Bonitinhos mas, ordinários - 
Nelson Rodrigues assinaria isto"

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Crônicas dos anos rebeldes


                      Crônicas dos anos rebeldes
                                     Fomos criados num mundo onde as pessoas pregavam perfeição, disciplina e bons exemplos.Mas, só pregavam!
                                     Chegar em casa, borbulhando de felicidade e dizer “tirei dez em Física!” era puxar briga.A única resposta azeda era “não faz mais que tua obrigação!”.
                                     Ter algum problema e ficar sensível, era abrir a porta para o capeta: “engole o choro!”, “já tenho problemas reais, guarda os teus imaginários!”
                                     Por tudo isso, além do Vandré, Chico Buarque começou a fazer parte de nossa trilha sonora.Por exemplo: “deixa em paz meu coração, que é um pote até aqui de mágoa, e qualquer desatenção (faça não!) pode ser a gota dágua!”
                                     No entender da geração de nossos pais, tínhamos tudo.Mas, para nós, faltava outro tanto.
                                     Não queríamos um futuro igual para nós e nossos filhos.De mulheres que casavam cheias de amor e ao longo da vida tinham que se contentar com um amor que desandou.De jovens amordaçados, de pais e sociedade prepotentes.De ter que aturar que as nulidades dessem as cartas e mandassem, sem mérito ou valor.Não!Foi o fim!
                                     Saímos como um bando de Quixotes, combatendo moinhos-de-vento.Mas, a sanidade nos alcançou e percebemos que teríamos que demolir esse sistema construído em solo “borrachudo”.E então, construir algo sólido.Fomos minando os alicerces, derrubando os muros, construindo pontes e baluartes.Então, o mundo que tentou nos domar como a um leão de circo, errou pela última vez.
                                     Fizemos as trouxas e fomos construir um futuro nosso.Muitas vezes, distante de tudo mas, por isso mesmo, mais feliz.
                                     Hoje, mal podemos crer que o panorama é outro.A autoridade não é auto-ungida e só é dada a quem fez por merecer.E não foi “a lasso”.
                                     Podemos ir e vir em paz.Talvez encontremos alguns ladrões mas, arbitrários, jamais.
                                     O preconceito foi amordaçado pois, era um subversivo “incômodo” e perigoso.Os usos e costumes mudaram desde a época dos hippies.Não mais pompa vazia e circunstância hipócrita.Apenas, uma realidade mais leve e responsável, onde cada um colhe o que planta, ao invés de roubar no quintal do vizinho.
                                     Hoje, podemos festejar nossas vitórias, sorrir de satisfação; e não precisamos esconder nossa educação como se fosse um crime.Poucos irão se atrever a dizer que estamos melindrando “os outros”.Melindrando porque?Porque o único mérito dos “outros” era impor a lei “a pau”.

                                     Lamento, queridos!Nunca deixo para amanhã o festejo de hoje.A vida é muito curta para ficarmos posando de modestos.A vida precisou ser vencida e subjugada para podermos fruir a convivência.Para vocês, pão e circo, Carnaval e cinzas.Para nós, é sempre Páscoa!      

terça-feira, 11 de junho de 2013

Tomada de posição


                   Tomada de posição
                                    Durante os anos 60, após vivermos num mundo idealizado, houve um momento crucial.Aquele momento em que você percebe que as leis existem  mas, são violadas, que as mulheres são humilhadas, que alcançar nossas metas não seria um breve e feliz passo a passo.
                                    Foi bem nessa hora, quando a ficha caiu e a realidade apareceu em branco e preto de pesadelo, que resolvemos tomar uma posição.Essa decisão nos custou muito caro mas, se eu tivesse que escolher, faria tudo de novo.
                                    Foi quando aprendemos de vez, que as decisões trazem consequências.E não estou falando de castigo divino mas, de colocar o inferno em nossa vida, sabendo que lutar era imprescindível e que isso iria magoar pessoas que amamos.Por exemplo, seus pais ficarem apreensivos, seu namorado ficar em dúvidas se teria alguma importância em sua vida.Você sair compulsivamente em busca de uma mudança no mundo enquanto deixava seu mundo de lado.
                                    Foram anos de perseguição, dor e sofrimento mas, o mundo que eu queria, valia qualquer sacrifício.
                                    Hoje, tantos anos depois, quando o mundo mudou e se adequou a realidade, vemos que nossas lágrimas e nosso sangue foram adubos.
                                    Nossa meta era vencer ou vencer...ou morrer.Não restava alternativa.
                                    Muita gente perguntava “o que te falta?”, “porque não podes aceitar a realidade?”.Talvez a resposta esteja na doutrina que nos foi passada, de um mundo justo e igualitário...e esse mundo estava cheio de falhas, prepotência e preconceito, impossível de aceitar pelos nossos padrões.Em suma, nossos educadores, no afã de nos tornar “bonzinhos e maleáveis” criaram monstros inflexíveis, para quem não havia meias medidas, deixar pra lá ou se adaptar.Se nos era exigida a perfeição, passamos a cobrá-la também.
                                    Para quem viveu amordaçado, respeitando quem não merecia, discriminando porque nos exigiam discriminar, o nosso trabalho subterrâneo foi excelente.Fizemos um mundo realmente igualitário, onde o preconceito tem que se calar e baixar a crista.
                                    Perdemos nossa juventude mas, encontramos nossa paz.
                                    Reformar o mundo sem deixar escombros, não é para tiranos mas, para heróis.Somos resilientes.Somos o que a dureza da luta nos fez.

                                    Se as pessoas não gostaram do resultado, da próxima vez, prestem atenção no que pregam e a quem pregam.De repente, seus filhos poderão não ser os carneiros do rebanho mas, o pastor.