Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Crônicas dos anos rebeldes


                      Crônicas dos anos rebeldes
                                     Fomos criados num mundo onde as pessoas pregavam perfeição, disciplina e bons exemplos.Mas, só pregavam!
                                     Chegar em casa, borbulhando de felicidade e dizer “tirei dez em Física!” era puxar briga.A única resposta azeda era “não faz mais que tua obrigação!”.
                                     Ter algum problema e ficar sensível, era abrir a porta para o capeta: “engole o choro!”, “já tenho problemas reais, guarda os teus imaginários!”
                                     Por tudo isso, além do Vandré, Chico Buarque começou a fazer parte de nossa trilha sonora.Por exemplo: “deixa em paz meu coração, que é um pote até aqui de mágoa, e qualquer desatenção (faça não!) pode ser a gota dágua!”
                                     No entender da geração de nossos pais, tínhamos tudo.Mas, para nós, faltava outro tanto.
                                     Não queríamos um futuro igual para nós e nossos filhos.De mulheres que casavam cheias de amor e ao longo da vida tinham que se contentar com um amor que desandou.De jovens amordaçados, de pais e sociedade prepotentes.De ter que aturar que as nulidades dessem as cartas e mandassem, sem mérito ou valor.Não!Foi o fim!
                                     Saímos como um bando de Quixotes, combatendo moinhos-de-vento.Mas, a sanidade nos alcançou e percebemos que teríamos que demolir esse sistema construído em solo “borrachudo”.E então, construir algo sólido.Fomos minando os alicerces, derrubando os muros, construindo pontes e baluartes.Então, o mundo que tentou nos domar como a um leão de circo, errou pela última vez.
                                     Fizemos as trouxas e fomos construir um futuro nosso.Muitas vezes, distante de tudo mas, por isso mesmo, mais feliz.
                                     Hoje, mal podemos crer que o panorama é outro.A autoridade não é auto-ungida e só é dada a quem fez por merecer.E não foi “a lasso”.
                                     Podemos ir e vir em paz.Talvez encontremos alguns ladrões mas, arbitrários, jamais.
                                     O preconceito foi amordaçado pois, era um subversivo “incômodo” e perigoso.Os usos e costumes mudaram desde a época dos hippies.Não mais pompa vazia e circunstância hipócrita.Apenas, uma realidade mais leve e responsável, onde cada um colhe o que planta, ao invés de roubar no quintal do vizinho.
                                     Hoje, podemos festejar nossas vitórias, sorrir de satisfação; e não precisamos esconder nossa educação como se fosse um crime.Poucos irão se atrever a dizer que estamos melindrando “os outros”.Melindrando porque?Porque o único mérito dos “outros” era impor a lei “a pau”.

                                     Lamento, queridos!Nunca deixo para amanhã o festejo de hoje.A vida é muito curta para ficarmos posando de modestos.A vida precisou ser vencida e subjugada para podermos fruir a convivência.Para vocês, pão e circo, Carnaval e cinzas.Para nós, é sempre Páscoa!      

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