Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

sábado, 30 de abril de 2011

O Dia que Durou 21 anos - Episódio 1 completo

O Dia que Durou 21 anos - Episódio 2 completo

O Dia que Durou 21 anos - Episódio 3 completo

Realidade, ficção e ponto de vista.

                       

Realidade, ficção e ponto de vista...
Recado Para Orkut - Anjos: 2

Como sempre, quando noto um quadro confuso, paro para meditar.
Minhas lembranças primitivas me remetem à figura de meu pai: um homem culto, falando vários idiomas, deslizando seus dedos com maestria sobre um piano – mas, com uma evolução espiritual tão tosca e rude como um Neanderthal. Ele era imagem do paradoxo, tendo uma cultura refinada e convivendo com almas primitivas em seu trabalho, onde gritar e dar ordens era normal. Punir severamente, também era algo normal para uma pessoa com um estilo de pensamento linear, enquanto eu era completamente cartesiana.
Minha mãe, é o tipo de pessoa para quem as coisas só precisam aparentar, não necessariamente ser. Não importava se você fosse um poço de virtudes se tivesse um semblante sorridente – isso era sinal de estupidez e falta de juízo. Aí, culpado de fato ou de direito, não interessa; interessa a aparência. Ser estudioso, dedicado de nada valia se o sucesso não se traduzisse em dinheiro e status.
Com uma família toda esconsa, você tem que decidir o que quer, se não deseja ser o que são seus pais. E, bem cedo eu decidi que honraria , acima de tudo, a minha essência e lhe seria fiel. Para mim, importava ser e não parecer. Importava ter uma alma elevada e um comportamento coerente. Mas, a vida me mostrou que nem sempre eu poderia ser calma e sincera. E, houve épocas em que precisei ser extremamente rude para defender meus pontos de vista. Parecia um paradoxo alguém como eu fincar o pé no chão e rugir, avisando que a hora não era de brincadeiras. Foi choque atrás de choque, aquele anjinho meigo se tornar um guardião vingador, com uma espada flamejante. Até hoje, vejo uma interrogação nos olhos das pessoas quando falo com elas: “será que estou falando com o anjinho ou com o guardião?”
Agora, resolvi passar a limpo as amizades e todos que passaram pela minha vida. Alguns, felizes com seu relativo sucesso. Outros, orgulhosos de suas conquistas individuais. Outros, embora bem sucedidos, guardando imensa amargura de seu passado remoto – que, certamente não foi bom. Na realidade, é o ponto de vista de cada um sobre suas trajetórias pessoais.
Também não posso negar que muitas vezes chorei as alegrias não vividas, a mocidade passada em lutas homéricas, a maturidade chegando sem trazer a tranqüilidade e a aceitação dos fatos. Pior que isso, acusei a gregos e troianos por tudo – só que tudo isso está num ponto tão remoto que eu precisaria de um buraco de minhoca para voltar atrás e reparar os danos. Nem sei quantas vezes desejei ter uma máquina do tempo e voltar até antes de minha concepção. Então eu poderia decidir se queria nascer ou não.
Procuro fazer um balanço razoável. É preciso se munir de sangue-frio para lidar com tanta desgraça sem se envolver. Entre prós e contras, fica um pequeno saldo positivo por conta do desejo de acertar – talvez, um artifício de cálculo. Mas, nesse saldo, é preciso somar as pequenas conquistas, os obstáculos superados, as etapas vencidas. Foram essas pequenas quantias (em grande número) que somaram esse saldo.
Foi, o trabalho de uma vida inteira, entre acertos e desencontros, que formaram essa bagagem. Por mais que eu deteste admitir, se eu tivesse tido tudo isso desde o início, hoje não lhes daria a devida importância. É a tendência natural não valorizar o que nos é ofertado e valorizar o que nos custa caro.
Muitas vezes tenho me perguntado onde começa a ficção e onde termina a realidade em nossas vidas. A conclusão, um pouco linear, é que só depende do nosso ponto de vista. É o nosso enfoque que recua ou avança as situações entre realidade ou ficção.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Carruagens dos Deuses:Os Mistérios Continuam 1/5

Carruagens dos Deuses:Os Mistérios Continuam 2/5

Carruagens dos Deuses:Os Mistérios Continuam 3/5

Carruagens dos Deuses:Os Mistérios Continuam 4/5

Carruagens dos Deuses:Os Mistérios Continuam 5/5

Jóias galáticas

                                      

Jóias galáticas

Estou em frente a um templo. É majestoso, todo em granito. Tem uma escadaria média, e a cada degrau sentimos o impacto de sua grandeza como um chamado inaudível.
Entro no Templo e me concentro a meditar. Parece-me que de repente me transportei no espaço e no tempo.
Vejo-me na juventude distante, de uniforme de gala, e, ao meu lado, aquele que foi o grande amor de minha vida. Ele me sorri, primeiro com os olhos, e depois com o semblante inteiro. Ele também está de uniforme de gala. Conversamos e andamos lado a lado, trazendo à tona lembranças de um passado não muito remoto mas, que marcou muito pela mudança abrupta que houve em nossas vidas. Vivemos momentos memoráveis, de uma juventude sadia e atuante, idealista e feliz.
E, de um momento para outro, sem termos culpas ou pecados, fomos ejetados de nosso trabalho, de nossos ideais e de tudo que constituía nossa vida. Como se um tsunami tivesse destruído nossa civilização para sempre.
Diante dessas lembranças, começo a chorar silenciosamente, mas ele sente meu desespero. Conversa comigo, tenta me confortar, apesar de saber que nada mais será como antes. Ele fala:
-Não chores!As pessoas podem ter acabado com nossas vidas, mas não acabaram com nossos sonhos. Você sempre estará em minhas lembranças e na lembrança daqueles que conosco conviveram. Todos te amam e te admiram. Eu, se fosse um astronauta te traria uma estrela para te presentear, mas como sou apenas um piloto, te trago esse colar de brilhantes, cada qual tão lindo quanto as lágrimas que derramas...
Nesse então, voltei da meditação. Lágrimas silenciosas sulcavam meu rosto. Olhei para o chão do templo e de repente me pareceu estar no espaço sideral, vendo milhares de estrelas a brilhar na escuridão. Mas, na realidade, era o piso do templo que era feito de uma pedra escura, incrustada de pedaços de cristal brilhante.
Então, considerei longamente quanto as estrelas, verdadeiras jóias galáticas a adornar a noite eterna do espaço sideral sem precisar de ficar guardadas em um cofre ou baú...

domingo, 10 de abril de 2011

Desarmamento

                      

Desarmamento: o povo indefeso!

Dá muito nojo de ver certos ignorantes mal-intencionados pregarem o desarmamento como que a pregar a boa-vontade numa aula de catecismo.
Devido ao comentado (demais, p'ra tanta desgraça!) assassinato de estudantes, em todas as redes sociais os pseudo-analistas de plantão, os pseudo-idiotas de plantão e os vero-golpistas pregam o desarmamento como a panacéia maravilhosa que acabará com a violência. Será???
Gostaria que esses débeis mentais subissem num morro e fossem tentar desarmar os traficantes. Loucura?E não é loucura tentar induzir o povo a ficar à mercê dos marginais de todas as tendências e trajes?Sim, porquê há pouco mais de 40 anos, pessoas que deveriam defender nossos direitos, eram piores que qualquer traficante atual em crueldade. Se hoje os traficantes quebram os dedos de seus devedores inadimplentes ( e os matam em qualquer beco escuro, porque demônios odeiam a luz), antigamente ia muito além disso e sumiam com as pessoas sob a nefanda bandeira da Segurança Nacional.
Aliás, é essa mesma megera que pretende desarmar a todos porque assim não terá opositores se desejar violar nossos direitos de novo. Cuidado, Segurança Nacional!Estás desarmando os cordeiros e deixando armados os lobos. Que garantia tens de que não irão te incomodar?Tens medo deles ou tens algum tratado de cooperação mútua?
Dado a nossa história pregressa, sabe-se que o desarmamento sempre interessou às ditaduras (centro, direita ou esquerda). Dos anos 70 aos 2000 vemos essas campanhas patéticas e ridículas. O que é que há, gente?Eu morei no campo onde se precisa ter armas para defender a família e onde a lei não chega. Coitados dos camponeses se ficassem à mercê de lobos, cobras e ladrões!Quantas vezes foi preciso levantar no meio da noite para verificar uma invasão de algum bicho buscando alguma caça!Nunca me passou pela cabeça virar caça de um predador, por essa razão, sempre levei alguma arma. Enquanto a maioria dormia o sono “dos justos” eu ficava de vigília. Francamente: eu sou a pessoa menos indicada para ser enrolada pelas chorumelas do desarmamento!Sou, radicalmente contra!
Há um provérbio latino que diz “si vis pacem para bellum” ( se queres paz, prepara-te para a guerra). Paz, é uma conquista diária, baseada em respeito e cidadania. Tolice achar que desarmar uma pessoa vai trona-la pacífica. Desarmar os ânimos é que seria eficaz. Ensinar que respeito é bom e conserva os dentes. Ensinar que se defender é um direito inalienável e que, se não quiser ser agredido, respeite o limite alheio. Ensinar que o seu direito acaba onde começa o meu, como invadir meu direito equivale a violar minha casa – passível de revide.
Sei que a covardia e o abuso de poder ainda e sempre tentarão enrolar o cidadão com essas lorotas pseudo-éticas de desarmamento. Não caia nessa!
Ser pacífico é uma coisa, ser burro é bem outra – ser covarde é o fim da picada.
Para seu bem estar e segurança da nação, diga “não” ao desarmamento. Porque algum dia, poderá não haver mais lei ou autoridade e aí será cada um por si – como vais sobreviver sem uma arma?Os marginais tem tanto dinheiro
que não será difícil passar de poder paralelo a poder único. Nesse dia, sem pai nem mãe, uma arma será a chave que fecha tua porta à noite e que abre teu caminho de dia.

Respeito e cidadania

                                            

Respeito e cidadania

O nosso grande problema é não entender o que se lê.
Apesar da exigência da interpretação de textos no II Grau, o nosso desempenho fica aquém daexpectativa.
Todos já lemos os Dez Mandamentos. Mas, poucos decoraram e nem sabem mesmo o que significa. São leis para um povo que andava errante, sem referência alguma. Eram leis muito duras para que houvesse menos transtornos na Jornada do Êxodo. O que realmente visavam os Dez Mandamentos era ensinar respeito no sentido mais amplo da palavra: a Deus, ao próximo, a família.
Até hoje, parece que toda estrutura de leis, ética, moral e religião
foram pouco eficazes para incutir no ser humano a noção de limites. De apreciar o
que tem e parar de cobiçar os bens alheios. Qual a razão dessa ineficácia?
Uma das razões, parece ser a resistência do ser humano a vida
comunitária. Ele aceita viver numa cidade, mas quer continuar como um bárbaro,
inclinado sempre entre o trabalho e a aquisição por saque ou subtração.
Foi feito o direito fundiário e o direito urbano para acabar com
invasões ao espaço alheio. Então, temos a demarcação de lotes, colônias ou o que
seja. Isto dá a cada um o seu espaço vital. A lei existe e é clara, mas sempre há
violações. Pela simples razão cultural de não se ensinar e praticar o respeito ao
direito do outro.
Temos uma cultura de violações e truculência desde a antiga
colonização. Os portugueses aqui chegaram e tomaram posse da terra em nome de
El Rey. Como se os aborígenes não tivessem direito a suas próprias terras!!!Foi ai
o começo da usurpação e posse ilegítima que hoje não se consegue parar. Outro fato
a lamentar foi a pseudo-ética de se dar títulos de posse e nobreza a ex-degredados.
O degredado mudou de posição, mas não mudou de natureza.
Agora, temos uma batata quente nas mãos: tantos anos de
truculência e violações tornaram os usos e costumes errados como uma lei dentro da
lei e há confusão inclusive nos tribunais pois até os magistrados trazem em sua
memória ancestral a estratificação de usos e costumes. Urge uma atitude: ensinar
respeito e cidadania nas escolas onde os alunos tem aterrorizado colegas e
professores. Urge tomar-se medidas punitivas enérgicas, fiscalização ativa e intimar
aos pais a assumirem seu papel de colocarem seus filhos na linha.
Não mais é possível conciliar o desrespeito com a cidadania.
Estamos num limbo perigoso entre a civilização e a barbárie. É hora de saber o que
queremos para nós: se o caos atual ou um mundo melhor para nossos descendentes.

Bullying

                                              

Bullying institucional no banco dos réus

O Bullying, por absurdo que pareça é uma ferramenta institucionalizada pela sociedade. É usada desde a é poca dos romanos com sua “castigare ridendo mores”. Enfim, é uma ferramenta de intimidação e domínio das pessoas pela difamação. Acham exagero? A Igreja Católica jamais reprendeu nenhuma linguaruda pois, ela fazia o trabalho sujo de contenção e intimidação. A bem da verdade, a Igreja Católica usou tudo de ruim que havia sido inventado para intimidar e manter as pessoas sob controle. Vai desde o “bicho-papão” da nossa infância, passando pela polícia, pelos processos legais até o inominável “bullying”.
A razão de eu estar abordando esse assunto é por constatar as conseqüências funestas desse método perverso. Volta e meia surge no noticiário uma manchete sangrenta: assassinatos em massa perpetrados por pessoas julgadas normais. O quê ou por quê essa pessoa se tornou um assassino?
Para o “bullying” todo mundo é culpado até prova em contrário – em visível violação ao CC ou CP. Quando alguém calunia ou acusa alguém perante a justiça, o ônus da prova cabe ao acusador; no “bullying” o ônus da contra-prova cabe à vítima, numa violação qualificada criminalmente do CC. É uma inversão absurda e descabida de se obrigar a vítima a se defender de uma calúnia. O que sucede, então? Pode, apenas, estragar para sempre a vida de uma pessoa. Ou pode ser um gatilho que vai disparar seu instinto assassino. A reação é diferente de pessoa para pessoa.
As pessoas ficam chocadas com essas chacinas mas, não deveriam. É a colheita justa das mazelas da sociedade, que sendo fantoche de um sistema, quer ter fantoches seus. Só que, a sociedade não dá a cara a tapa, não age a não ser através de seus molequinhos mal-criados. Então, o alvo da raiva do agredido será o moleque. Poderão eles ser inocentes, uma vez que estão sendo instigados a prática do “bullying” por setores covardes e intolerantes. Tal como num linchamento, o crime se dilui na anonimidade. Mas, continua sendo crime e o culpado é o que instiga e incita. Esse pode ser preso e cumprir pena.
Por qual razão o “bullying” continua? Por muitas. Entre outras, porque serve aos propósitos do sistema – e porque nunca é apurado e punido.
E os culpados ainda usam a mídia propagando um escândalo que eles mesmos criaram. Assim, desviam a culpa sobre outra pessoa, nesse caso, a vítima que se tornou agressor.
Lamento ser tão dura, mas a César o que é de César e ao sistema o que é dele. De nada adianta continuar com essas mentiras, pois o sistema perdeu toda a credibilidade – mormente quando as notícias de “bullying”, de racismo e homofobia circulam pela internet. Já não dá para acreditar na “mamãe” só porque ela é adulta, mas se ainda é mais imatura que seus netos. A “mamãe” é a Igreja.
Realmente, foi horrível o que aconteceu. Não deveria ter acontecido e não aconteceria se os professores, pais e sociedade pusessem freio nas brincadeiras estúpidas de seus filhos. Como já disse, nem todos se humilham e choram. Há os que reagem. E, se ele foi vítima do “bullying”que disparou seu lado assassino, ele é a vítima.
Cara sociedade: quando vais deixar de colocar teus filhos sob os olhos dos outros, ensinar-lhes respeito e bons modos?Tens feito teus filhos serem uma corja desrespeitosa e aborrecida. A grande maioria dos professores se arrepende de ter escolhido essa carreira, pois os pais incentivam o desrespeito na escola. Se não incentivam, também não reprimem ou censuram. Estás colhendo os cardos amargos que plantaste, cara. A vida é justa, não é sempre boa. E a vida não se deixa enrolar e tem seus meandros para punir, ainda que por tabela a quem de direito.

Varig:falência por sabotagem

                                            

Varig:falência por sabotagem

Anos 50:a Varig, companhia Aérea brasileira era a única empresa aérea brasileira. As outras companhias aéreas eram estrangeiras:PANAM, AIRFRANCE e outras. As pessoas se admiravam de que um estado como o Rio Grande do Sul pudesse ter fundado sua própria companhia aérea. Mas, o espírito empreendedor de Rubem Berta não deixava dúvidas sobre como conseguir suas metas.
Ano de 1964:houve um golpe de estado no Brasil, orquestrado pela CIA. O Brasil, bem antes de João Goulart já era olhado com desconfiança por ter uma enorme colônia alemã, principalmente no Rio Grande do Sul. Cidades florescentes, cheias de tradições e um nível de vida excelente. Os paranóicos de plantão começaram a imaginar mil e uma possibilidades de o Brasil estar abrigando nazistas. Essas possibilidades poderiam até ser reais, mas não contavam com apoio ou organizações neonazi. Só que o ódio de quem sofreu perseguição não se apaga (hoje eu sei disso) e os sionistas faziam uma devassa no cone sul em busca de refugiados nazistas.
Ano de 2005:é decretada a falência da Varig, após longa agonia, desde 2004, entre desacertos e processos contra o Governo. O estranho é que embaixadores de outros países e novos nomeados para presidência da companhia tinham sobrenomes hebráicos. Coincidência?Até hoje sabe-se que os USA sempre deram carta branca ao Mossad para caçar nazistas onde desejassem. O lamentável é que, por conta dessa paranóia, a nossa melhor companhia de aviação foi sabotada e sucateada. Sionismo e nazismo à parte, acho que essa história foi longe demais, interferindo na nossa economia, deixando milhares de funcionários sem trabalho e sem aposentadoria, já que a Varig tinha sua previdência privada. Hoje, essas pessoas inocentes e suas famílias passam por dificuldades após uma vida inteira de dedicação ao seu trabalho. É justo?Claro que não!
Hoje assisti no TCM o filme “Os meninos do Brasil” onde a Varig é citada pelo caçador de nazistas por transportar os clones de Hitler. Era a única companhia aérea brasileira, cujo fundador de origem alemã era da maior confiança e consideração. E sua companhia foi sabotada e sucateada. No seu lugar surgiram companhias pequenas e despreparadas, cujos acidentes tem sido manchete freqüente. Ai eu pergunto, que direito teriam as pessoas de acabar uma grande companhia só por revanchismo? Se levássemos o revanchismo a sério, sairíamos destruindo Inteligência estrangeira e seus mercenários do golpe militar?E, não seria crime?
Acho que está na hora de dar um “basta!” nessa interferência e violação de nossa privacidade. Os imigrantes, de qualquer origem, sempre foram bem recebidos no nosso país onde forjaram o nosso progresso. Temos alemães, italianos, japoneses, judeus, polacos, árabes, palestinos todos trabalhando arduamente para sobreviver. Não se tem notícias de conflitos raciais no Brasil. Apesar de, durante a II Grande Guerra ter havido confinamento de italianos, alemães e japoneses. Será que alguém lembra de que se proibia aos pais colocar nomes estrangeiros nos filhos nos anos 40?O meu nome foi mutilado no Cartório porque não se usava Y em nome brasileiro. Tudo por conta de uma paranóia e xenofobia colocada por propaganda pseudo-nacionalista. Não vamos tolerar mais esse tipo de coisa. Cada um com seus problemas. O nosso é cuidar de nosso trabalho de construção de uma nação justa onde se trabalhe e crie os filhos com segurança e conforto. Isso será sempre impossível quando alguém decidir interferir na nossa economia, sabotando companhias aéreas, companhias de telecomunicações e outras mais. Além, naturalmente de tirar partido da ignorância e da vaidade de “coronéis” levando-os a discriminar e sabotar pessoas trabalhadoras e de boa índole.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um século de usurpação e posse-os filhos de Jacintho.

                                  
Um século de usurpação e posse – os filhos de Jacintho.

Ano de 1903. Dona Hipólita acabou de acordar e nota alguma movimentação dos empregados. Chama um deles:
-João, o que está sucedendo?
-São os homens da lei, patroa. Vieram entregar um papel.
-Manda entrar.
E o rapaz manda entrar aquele bando que irá lhes roubar a tranqüilidade e seu emprego.
-A patroa mandou entrar.
-Bueno!
Dona Hipólita pergunta:
-A que devo sua visita?
-Trouxemos um mandado. A senhora tem que sair da fazenda.
-Por quê?
-Seu marido tinha dívidas. Ou paga ou deixa a fazenda!A senhora tem dinheiro?
-Posso mandar buscar.
-Não há tempo. A senhora tem que desocupar a fazenda até as 5,00hs da tarde.
-Mas, assim tão de repente, não consigo fazer uma mudança.
-A senhora pode mandar buscar depois.
Ela ainda tenta argumentar, pedindo tempo para se comunicar com parentes que possam acolhe-la. Mas, os oficiais são implacáveis:
-Se a senhora não sair agora, vou chamar a polícia.
As crianças, assustadas, choram e agarram-se as suas saias. Um oficial lhe estende um papel para que ela assine. Ela desenha seu nome na folha, já que não sabe ler. Poderia ser apenas uma carta ou um ofício mesmo, mas nunca teremos certeza. Só teremos certeza de que aquela mulher foi ludibriada e a herança de seus filhos roubada. Sai apenas com a roupa do corpo e nada mais.
Enquanto caminha chorando, ela lembra de seu marido que há pouco foi levado ao Hospício São Pedro. Ele teve carbúnculo na testa e um curandeiro queimou o tumor com um ferro em brasa. Ele começou a mudar de comportamento, sendo acusado de louco e mandado ao manicômio.
Quase na mesma hora, Eliseu se reúne com seus irmãos e sua mãe. Vão repartir os bens de Jacintho entre eles. Os filhos de Jacintho são ignorados como herdeiros legítimos, diretos e necessários e sua sucessão se faz por colateralidade.
Em toda a cidade se comenta a doença de Jacintho. Mas, ninguém ergue um só dedo para evitar esse crime triplamente qualificado: usurpação, posse ilegítima, registro em cartório sem transferência. Alguns arriscam dizer que sentem pena – mas, não arriscam enfrentar os posseiros. Nem mesmo a maçonaria que Jacintho freqüentava, foi capaz de fazer qualquer ação para defender seu afiliado. A Comarca de Uruguaiana, age como numa terra sem lei – acolhe os crimes contra Jacintho como se fossem ações de arresto de bens. A Justiça, ali, só existe em função de amizade pessoal ou suborno. Se um bandido é amigo dos juízes e escrivães, ele é defendido como se fosse decente. Se não é amigo, mesmo decente é tratado como um bandido.

Dona Hipólita chega a cidade desorientada: embora sendo rica, não tem idéia do que fazer para pegar o dinheiro que seu marido deixou. Ele sempre fez tudo sozinho. Os dias passam e ela sem saber o que fazer, resolve trabalhar de doméstica para dar de comer aos filhos. Como ninguém aceita empregada com filhos, ela entrega seus filhos aos cuidados de alguns parentes. E assim, uma fazendeira milionária, usurpada em seus bens, vai esfregar chão para algumas mulheres que antes a invejavam.
Com o tempo, ela desiste de pegar dinheiro do armazém, da fazenda, da chácara, do açougue e do curtume. As pessoas a tratam mal quando ela vai pedir o dinheiro em suas propriedades, como se ela estivesse pedindo esmolas – sendo que o dinheiro é herança legítima sua e de seus filhos. Mas, os irmãos de Jacintho não esquecem e logo em seguida, embolsam além do patrimônio, a fortuna pessoal da conta bancária de Jacintho.
Os filhos (nascidos em berço de ouro) de Jacintho, passam a ter uma vida pobre e cheia de privações. O dinheiro ganho honestamente por Jacintho está agora nas mãos de seus irmãos desonestos. E os filhos dos usurpadores começam a ter a vida de seus sonhos: o luxo que os filhos do Jacintho tiveram e teriam se não houvessem sido roubados. Colégios particulares, boa moradia, começam a fazer parte da vida dos filhos dos posseiros.
Muitas vezes Dona Hipólita chora à noite. Se pergunta qual pecado teria ela feito para merecer tamanho castigo! Ela não sabe o que significa maracutaia, usurpação, posse ilegítima e transferência dolosa. Seu pecado foi não ter maldade e não olhar com desconfiança para os abutres que rondavam seu ninho. Ela se pergunta se não há Justiça, pelo menos Divina. E adormece chorando, com saudades de seus filhos.
Ano de 1945. Os herdeiros legítimos e necessários de Jacintho entram com uma ação de anulação do inventário feito por Eliseu. Ganham a causa é publicado no Diário Oficial a chamada dos herdeiros, mas o advogado, intimidado por ameaças, foge. Os posseiros não perdem tempo e arrancam algumas folhas dos livros no Cartório.
Os posseiros se reúnem: agora eles sabem que tem herdeiros reclamando sua herança. Começam campanhas difamatórias contra os herdeiros para torná-los abjetos perante a sociedade. Acusados, se defendem: que prova tem as pessoas de que foram eles quem espalharam as calúnias? Nem precisa responder – a quem mais interessa tornar um herdeiro como indigno? De toda a forma, aproveitam ao máximo a herança, como um bando de abutres sobre uma carniça...
Ano de 2011. Artheme encontra alguns documentos centenários que qualificam esses crimes hediondos: internação compulsória, usurpação de bens, registro sem transferência, relatos de ameaças. Olha com atenção e reconsidera. Escolhe um castigo inesquecível. O mesmo que ela levou sem merecer. E pensa: a Justiça, a minha Justiça, tarda mas não falha e nem poupa ninguém...