Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A abelha rainha

[ OUTROS PLANOS - A ABELHA RAINHA].




Ano 2025 DC.O mundo está muito diferente do que foi no século XX
Já não existem as doenças, nem desigualdades sociais. Tudo é muito diferente do que um dia você conheceu.
Nascemos todos nos laboratórios de biogenética e somos criados pelos preceptores estatais, mas somos todos filhos do Grande Pai e da Grande Mãe. Eles foram escolhidos para serem os pais genéticos do nosso país. Por quê? Acontece que não somos todos férteis. Assim foi decidido pelo VORTEX, uma vez que a multiplicidade de famílias gerava individualismo, cobiça e demasiada competição – ao ponto de colocar a raça humana em perigo de completa extinção pelas sucessivas guerras.
Sonho sempre coisas estranhas: passado, presente e futuro se mesclam nos meus sonhos – sonhos tão vívidos que chego a sentir emoções. Estranho, porque em meados do século XXI aprendemos a lidar com as emoções.
Esta noite sonhei um daqueles sonhos estranhos: é fim do século XX e início do século XXI. A violência atingiu níveis insuportáveis; a criminalidade é imensa, os presídios estão superlotados, os hospícios também; da mesma forma os asilos, orfanatos e hospitais. O desemprego é imenso, as famílias pobres e nível médio não podem mais se sustentar. O índice de suicídios aumentou, bem como o dos assaltos, prostituição, exploração de menores, tráfico de drogas. O sistema criou um monstro: a Miséria – e agora perdeu o controle sobre a situação. Todos estão descontentes, inclusive os ricos. É preciso derrotar o sistema com urgência. O sistema é a indústria da exploração da desgraça nacional – está devorando a todos. Sente-se no ar os momentos que antecedem uma batalha...
Acordo e cessa o pesadelo. Meu ambiente é tranqüilo: meus alojamentos vitalícios teem conforto; tenho o meu trabalho que é muito satisfatório – não temos salários mas, todos temos alojamentos vitalícios, alimentação garantida e todo um plano social completo. O transporte é dos mais modernos e confortáveis: esteiras rolantes nas calçadas, trens aéreos...tudo controlado por computador. Chegamos a um nível de desenvolvimento social incrível: somos todos uma só família. Nascemos todos nos laboratórios de biogenética, onde nossos genes são manipulados de forma a eliminar as possíveis doenças e desenvolver defesas contra os vírus e bactérias da “guerra bioquímica sutil” - as doenças exóticas e letais como AIDS, disseminadas criminosamente pelo sistema extinto no século XXI. Não temos nomes, sobrenomes ou “pedigree”; mas, temos uma classificação similar à da Botânica. Como nem todos são férteis, sabemos que em determinados períodos são escolhidos os mais perfeitos dentre os férteis, homens e mulheres. É dos genes dessa mulher e desses homens que nascem os bebês. Eles já nascem com sua vocação definida – e já sào direcionados a estudar sobre aquela área na qual irão trabalhar e pesquisar por toda a vida. Apesar de termos uma vida organizada, toda voltada ao trabalho, somos felizes. Porque não temos frustrações. Todos cuidamos das crianças com muito amor. E elas teem nos líderes seus espêlhos maternos e paternos. Eu mesma, lembro a nossa Grande Mãe com carinho – e com imensa admiração, o nosso Grande Pai. Eles, realmente eram nossos pais – nào apenas genéticos, mas do fundo da nossa alma os sentimos assim.
Chego do laboratório tecno-ambiental. Adoro meu trabalho mas, hoje a lembrança desses sonhos surgem a cada momento, de modo recorrente. Acho que preciso ir aos psicolaboratório para me examinar e me reprogramar.
Chego aos psicobiolaboratórios e sou submetida a uma bateria de testes biomédicos. Então, é puxado no computador, através da minha biorradiofreqüência – tão individuais como as digitais ou o DNA – meu histórico médico, desde a geração nos laboratórios de biogenética. Logo estarei sabendo o que se passa comigo. Estamos numa época em que a burocracia foi substituida pela tenocracia, com a vantagem da impessoalidade e a rapidez; porisso, agora as informações sào rápidas – porém, responsáveis. Um tecnomédico vem falar comigo. É algo pouco usual, uma vez que geralmente somos informados pelos pesquisadores iniciantes. Sinto uma estranha sensação, como quando tenho aqueles pesadelos: embora sabendo que as doenças estão extintas, sinto mêdo [mêdo?] do que eu possa ouvir. Mas, o tecnomédico chama um auxiliar que me comunica que vou falar com o Conselho Biomédico.
O Conselho Biomédico se reúne em semicírculo e eu sento a sua frente. Cada qual acessa seu terminal. Eles começam a me falar, um a um: do biogeneticista ao psicogeneticista. Fico sabendo que eu tenho genes perfeitos e que sou fértil. Os meus óvulos serào matrizes para fecundação. E os sonhos, que tanto me preocuparam, são indução de memória genética – que só são transmitidos às mulheres férteis e futuras Grandes Mães. Fico sabendo que apesar de toda a discreçào, tive uma educação especial, para saber liderar. As lembranças dos sonhos me trazem as sensações desconfortáveis de uma época em que o sistema era outro: cruel e desigual, onde as emoções eram sempre negativas [ansiedade, mêdo]. Eu quase consigo adivinhar o que realmente aconteceu no século XXI: uma intervenção coletiva eliminou aquele sistema perverso e nos brindou com a paz, a organização e o progresso. E, como futura Grande Màe, quero exatamente isso para os meus milhares de filhos.
Deixo o Conselho Biomédico já encaminhada para as metas futuras: o Domo, o Vortex e o Ápice. Realmente, somos todos irmãos; e, realmente, Deus está dentro de nossos genes. Fomos feitos à sua imagem e semelhança. E me sinto feliz de ser a mãe genética de um povo – talvez, não escolhido, mas com certeza selecionado e aperfeiçoado.

[IT WILL BE CONTINUED...]

Nenhum comentário:

Postar um comentário