Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Jóias galáticas

                                      

Jóias galáticas

Estou em frente a um templo. É majestoso, todo em granito. Tem uma escadaria média, e a cada degrau sentimos o impacto de sua grandeza como um chamado inaudível.
Entro no Templo e me concentro a meditar. Parece-me que de repente me transportei no espaço e no tempo.
Vejo-me na juventude distante, de uniforme de gala, e, ao meu lado, aquele que foi o grande amor de minha vida. Ele me sorri, primeiro com os olhos, e depois com o semblante inteiro. Ele também está de uniforme de gala. Conversamos e andamos lado a lado, trazendo à tona lembranças de um passado não muito remoto mas, que marcou muito pela mudança abrupta que houve em nossas vidas. Vivemos momentos memoráveis, de uma juventude sadia e atuante, idealista e feliz.
E, de um momento para outro, sem termos culpas ou pecados, fomos ejetados de nosso trabalho, de nossos ideais e de tudo que constituía nossa vida. Como se um tsunami tivesse destruído nossa civilização para sempre.
Diante dessas lembranças, começo a chorar silenciosamente, mas ele sente meu desespero. Conversa comigo, tenta me confortar, apesar de saber que nada mais será como antes. Ele fala:
-Não chores!As pessoas podem ter acabado com nossas vidas, mas não acabaram com nossos sonhos. Você sempre estará em minhas lembranças e na lembrança daqueles que conosco conviveram. Todos te amam e te admiram. Eu, se fosse um astronauta te traria uma estrela para te presentear, mas como sou apenas um piloto, te trago esse colar de brilhantes, cada qual tão lindo quanto as lágrimas que derramas...
Nesse então, voltei da meditação. Lágrimas silenciosas sulcavam meu rosto. Olhei para o chão do templo e de repente me pareceu estar no espaço sideral, vendo milhares de estrelas a brilhar na escuridão. Mas, na realidade, era o piso do templo que era feito de uma pedra escura, incrustada de pedaços de cristal brilhante.
Então, considerei longamente quanto as estrelas, verdadeiras jóias galáticas a adornar a noite eterna do espaço sideral sem precisar de ficar guardadas em um cofre ou baú...

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