Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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VACINAS

Meados do Século XXI. As doenças, a fome e o caos social estão extintos. Cada qual tem seu trabalho e para ele vive.
O ambiente onde estou é simples: vê-se que é uma comunidade rural. Há casas boas e confortáveis, usando uma cobertura vegetal, tipo sapé. É um bom isolante térmico. Mas, os edifícios do governo central obedecem a outro padrão, adequado ao tatus de governo, muito distinto das casas da comunidade.
Vamos dormir cedo hoje, pois amanhã é dia de vacinação. E eu tenho que levar as crianças e os monitores da comunidade no transporte aéreo.
Acordo tomo o desjejum e corro para o espaço-porto. Já estão todos lá e todos entram no transporte aéreo. Decolamos, mas percebo haver algo de errado: há turbulência, os instrumentos não obedecem e aterrisso a muito custo perto da fronteira com os "bárbaros".Eles são um povo primitivo: ainda comem carne e teem filhos como os animais. Aviso os monitores para manterem as crianças reunidas e distantes da fronteira. Procuramos abrigo numa escola desativada e acomodamos a todos. Vou tentar avisar a central de resgates para nos encontrarem.
Dormimos uma noite de sobressaltos; o pouco conforto e a proximidade da fronteira com os bárbaros nos deixaram inquietos. Acordamos levemente entorpecidos mas, a medida que a manhã avança, ficamos despertos e quase eufóricos. Porque?Resolvo conversar com uma das monitoras, que é da área bio-médica. Comentamos a mudança e concluímos que deve ser pela falta das vacinas. As vacinas devem ser neurais, que nos tornam calmos. Percebemos que, como Adão, descobrimos a nossa nudez biológica. Percebemos que as vacinas nos manteem alienados e isto nos parece mau. Decidimos não voltar e resistir. A escola tem boa estrutura e temos rações suficientes para tanto. Os purificadores de ar nos permitirão lacrar as janelas e as lanternas volt solares nos iluminarão.
O "socorro" chega e percebe que despertamos e tentam nos intimidar. Resistimos e o resgate cansa de esperar e retorna deixando alguns sentinelas.
Adverti que as janelas fossem lacradas;mas, as janelas do banheiro são de vidro e isso foi o erro fatal.
Quando Jenny-O, uma monitora, estava usando o banheiro, foi jogado lá dentro uma granada hipnótica. E ela,voltando ao torpor, subiu no alçapão e pediu socorro as sentinelas. Foi resgatada.
Mas, os bárbaros estavam muito curiosos e atravessaram a fronteira para ver o que se passava. O pessoal do resgate, condicionado pelo medo das doenças que os bárbaros poderiam transmitir, fugiram. E nos deixaram.
Os bárbaros chegaram à escola e nos libertaram que estávamos prisioneiros. Resolvemos seguir os bárbaros e atravessar a fronteira. Enquanto isso, me dou um tempo para meditar sobre o que fazer. Sou uma cidadã da comunidade rural do Domus. Admito que o nosso nível de vida é muito bom, porém preciso repensar se há necessidade de vacinas neurais.
Enquanto isso, ajudamos os bárbaros, que muito precisam de tecnologia e estão receptivos.
Sei que mais dia, menos dia, terei que me definir perante o Domus. Mas, quero ir consciente. Sei que sou respeitada no Domus e que minha decisão será largamente considerada.Talvez esteja aí a chance de novas melhorias tecnológicas e a chance de cativar os bárbaros que nos admiram.
Confio na inteligência dos Conselheiros do Domus. Eles nunca deixaram de levar cultura a quem quer que precise. Acho que conquistamos um país amigo e aliado fiel. Aprendi muito com eles e quero levar minha experiencia ao Domus.


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