Somos meros "lulus"; final de ciclo;calendário maia;freqüencias;tsunami novamente;ficção ou realida

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vacinas

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"VACINAS"


Meados do Século XXI. As doenças, a
fome e o caos social estão extintos. Cada qual tem seu trabalho e para ele vive.

O ambiente onde estou é simples:
vê-se que é uma comunidade rural. Há casas boas e confortáveis, usando
uma cobertura vegetal, tipo sapé. É um bom isolante
térmico. Mas, os edifícios do governo central obedecem
a outro padrão, adequado ao tatus de governo, muito distinto
das casas da comunidade.

Vamos dormir cedo hoje, pois amanhã
é dia de vacinação. E eu tenho que levar as crianças e os monitores da
comunidade
no transporte aéreo.

Acordo tomo o desjejum e corro para
o espaço-porto. Já estão todos lá e todos entram no transporte aéreo. Decolamos,
mas percebo haver algo de errado: há turbulência, os
instrumentos não obedecem e aterrisso a muito custo perto da
fronteira com os "bárbaros".Eles são um povo
primitivo: ainda comem carne e tem filhos como os animais. Aviso os
monitores para manterem as crianças reunidas e distantes da
fronteira. Procuramos abrigo numa escola desativada e acomodamos a
todos. Vou tentar avisar a central de resgates para nos encontrarem.

Dormimos uma noite de sobressaltos;
o pouco conforto e a proximidade da fronteira com os bárbaros nos deixaram
inquietos. Acordamos levemente entorpecidos mas, a medida que a manhã avança,
ficamos despertos e quase eufóricos. Porque?Resolvo conversar
com uma das monitoras, que é da área bio-médica.
Comentamos a mudança e concluímos que deve ser pela
falta das vacinas. As vacinas devem ser neurais, que nos tornam
calmos. Percebemos que, como Adão, descobrimos a nossa nudez
biológica. Percebemos que as vacinas nos mantém alienados e
isto nos parece mau. Decidimos não voltar e resistir. A escola
tem boa estrutura e temos rações suficientes para
tanto. Os purificadores de ar nos permitirão lacrar as janelas
e as lanternas volt solares nos iluminarão.

O "socorro" chega e percebe que
despertamos e tentam nos intimidar. Resistimos e o resgate cansa de esperar e
retorna deixando alguns sentinelas.

Adverti que as janelas fossem
lacradas;mas, as janelas do banheiro são de vidro e isso foi o erro fatal.

Quando Jenny-O, uma monitora,
estava usando o banheiro, foi jogado lá dentro uma granada hipnótica. E
ela,voltando ao torpor, subiu no alçapão e pediu socorro as sentinelas. Foi
resgatada.

Mas, os bárbaros estavam muito
curiosos e atravessaram a fronteira para ver o que se passava. O pessoal do
resgate, condicionado pelo medo das doenças que os bárbaros poderiam transmitir,
fugiram. E nos deixaram.

Os bárbaros chegaram à escola e
nos libertaram que estávamos prisioneiros. Resolvemos seguir os bárbaros e
atravessar a fronteira. Enquanto isso, me dou um tempo para meditar
sobre o que fazer. Sou uma cidadã da comunidade rural do
Domus. Admito que o nosso nível de vida é muito bom,
porém preciso repensar se há necessidade de vacinas
neurais.

Enquanto isso, ajudamos os
bárbaros, que muito precisam de tecnologia e estão receptivos.

Sei que mais dia, menos dia,
terei que me definir perante o Domus. Mas, quero ir consciente. Sei que sou
respeitada no Domus e que minha decisão será largamente considerada.Talvez
esteja aí
a chance de novas melhorias tecnológicas e a chance de cativar
os bárbaros que nos admiram.

Confio na inteligência dos
Conselheiros do Domus. Eles nunca deixaram de levar cultura a quem quer que
precise. Acho que conquistamos um país amigo e aliado fiel. Aprendi muito com
eles e quero levar minha experiencia ao Domus.
http://eds.salles.blog.uol.com.br/images/aborigene01.jpg

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